Aprender a voar de parapente é uma jornada emocionante e desafiadora que exige tempo, dedicação e comprometimento. Muitas vezes, é necessário desmistificar a ideia de que esse processo é rápido.
A experiência de aprender a voar de parapente é transformadora, repleta de desafios e descobertas. Como em qualquer habilidade que realmente vale a pena, esse aprendizado demanda envolvimento e o resultado é superações de limites constantes e autodescobertas.
Aqui, valorizamos nossa filosofia: não buscamos atalhos ou soluções fáceis. A vida não distribui talento sem propósito. O verdadeiro crescimento emerge da jornada. Vale a pena lembrar da máxima:
Aquilo que não te desafia, não te transforma!
Mais do que um esporte, o parapente é uma experiência completa no desenvolvimento de técnica, conhecimento, sabedoria e maturidade — elementos essenciais para segurança e controle emocional, adquiridos com tempo e prática. Ao contrário de atividades que podem ser aprendidas rapidamente, o voo livre é um mergulho profundo de diversos fatores. Isso leva tempo, mas as recompensas são inestimáveis — tanto no ar quanto nas amizades e perspectivas que você ganha ao longo do caminho.
Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo.– Nietzsche
Dominar o parapente não acontece do dia para a noite. A prática regular desenvolve a confiança e as habilidades necessárias para voar com sabedoria. Controlar um equipamento de voo é uma habilidade adquirida progressivamente, com cada aula prática apresentando novos desafios. Cada piloto tem seu próprio ritmo de aprendizado.
É como aprender a tocar um instrumento ou se tornar fluente em uma língua estrangeira: cada hora investida é um passo mais próximo de atingir um nível onde as asas se abrem com fluidez. Para os dedicados, o parapente se torna uma segunda natureza.
No parapente, o equilíbrio entre teoria e prática é vital. Enquanto as aulas teóricas abordam temas como meteorologia e segurança no tráfego aéreo, as aulas práticas oferecem a oportunidade de desenvolver habilidades essenciais para o voo autônomo. Todos esses momentos vividos nas aulas são especiais, únicos e divertidos.
O aluno inicia como piloto em formação, e durante o curso aprenderá a controlar o parapente, ler o vento, identificar riscos e tomar decisões seguras. Esse conhecimento é a base sólida que irá permitir que ao voar sozinho, esteja preparado para lidar com diversas situações que o ambiente pode apresentar.
A prática eleva a perfeição.
Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho.
Cultive a sua sorte, treine!
Ao todo, são 27 exercícios práticos que os pilotos precisam dominar, envolvendo controle de solo, domínio do equipamento e técnicas de pilotagem. Quanto maior a frequência, medida em horas de treino ou voo — e não apenas em presença física nos locais de prática —, mais "rapidamente" em termo de tempo (dias e meses) essas habilidades são adquiridas.
Mas quanto tempo realmente leva o processo de aprendizado?
Escrevemos, escrevemos e não mencionamos um número, mas imagino que você já percebeu que são horas — HORAS DE TREINO, HORAS DE VOO.
Uma carga horária mínima de 80 horas de prática pode preparar alguns alunos para realizar seus primeiros voos solos de montanha, enquanto outros podem levar até 160 horas. A diferença está em fatores como facilidade motora, entendimento, calma, autoconfiança e, novamente, a frequência.
Um aluno que treina todos os fins de semana terá um progresso maior do que aquele que treina a cada duas semanas. Por exemplo, um pode se tornar piloto Nível I em 6 meses, enquanto o outro pode levar até 1 ano.
Observação: O importante é aprender bem, com técnica e conhecimento, e não rapidamente para voar logo sem auto controle, conhecimento e maturidade.
O primeiro voo solo é um marco importante na jornada de qualquer piloto de parapente, representando a confiança e a competência adquiridas ao longo do curso. No entanto, isso é apenas o início de um novo ciclo de descobertas.
Após o primeiro voo solo, ainda haverá muitos outros, pois o aluno precisa aprimorar novas habilidades no ar, como decolagens em locais movimentados, tráfego aéreo, aproximações conforme os quadrantes de vento e técnicas de pouso adequadas à intensidade do vento, além claro, aprender a lidar com condições climáticas mais desafiadoras, ou seja, com a presença das térmicas.
O aluno deixará de ser piloto em formação após cumprir uma série de requisitos, incluindo 20 decolagens e 10 horas de voos solos, tudo registrado eletronicamente por aplicativos do seu celular no perfil de piloto na Confederação Brasileira de Parapente.
Para alcançar a certificação piloto nível I, o aluno deve demonstrar proficiência em diversas habilidades teóricas e práticas, além de estar em dia com as obrigações esportivas. A certificação não é apenas um reconhecimento, mas também uma garantia de que o piloto está preparado para voar de maneira segura e responsável.
Novamente, essas 20 decolagens e 10 horas de voos solos dependem da frequência do aluno. Há alunos que atingem esses requisitos em 8 meses, mas aqui em nossa região (estamos falando de Chuvitiba né leitor, ops, Curitiba) a maioria leva cerca de um (1) ano para completar as 10 horas de voo — afinal, bem que os pilotos gostariam, mas nem só de voar viver o homem.
E por fim, para manter-se regularizado e apto a voar, um piloto de parapente deve cumprir uma série de exigências formais e regulamentares. São elas:
Sabemos que, como em qualquer processo de aprendizado prolongado, a dedicação pode flutuar. Para ajudar você a manter o entusiasmo ao longo da sua jornada, aqui estão algumas dicas práticas:
O curso de parapente exige tempo, dedicação e compromisso, mas os resultados são simplesmente incríveis. Aprender a voar vai além de adquirir uma nova habilidade – é uma verdadeira transformação pessoal. Você não apenas descobre uma nova perspectiva do mundo lá de cima, mas também conquista a si mesmo, superando medos, desafios e se tornando um piloto cada vez mais preparado e confiante. Com o apoio da nossa escola, que coloca sua segurança e progresso em primeiro lugar, você pode aproveitar essa jornada ao máximo e alcançar novos horizontes.
E, se você chegou até aqui, é porque merece um lembrete especial. Abaixo, você encontrará um texto com uma mensagem de nossa querida Vento Nortenha, que atualmente está aprendendo a velejar de kite. O que ela está vivenciando no kite vale tanto para o voo livre quanto para a vida. Aproveite esse lembrete de que, assim como nos esportes, aprender é um processo contínuo, cheio de desafios, mas também de recompensas.
Tem que querer muito viver os seus sonhos.
Você vai cair, vai cansar, vai passar perrengue e vai se machucar muitas vezes.
Da trabalho e não dá para pular etapas, mesmo nem todas elas sendo maneiras.
Tem que tentar, se arriscar.
Quem não tenta não consegue nunca.
Nada é tão fácil para você como parece ser para os outros.
Tem que ter dedicação, treino, horas, disciplina, consciência e constância.
Não dá para se comparar, você não sabe qual a condição do outro.
Não pode desistir só porque esta ficando difícil.
Precisa contar com a ajuda dos outros, e precisa ajudar os outros também.
Estar com os amigos em volta é muito mais divertido e emocionante, mas é sozinho que se desenvolve.
Tem que saber para onde quer ir, e mirar nessa direção.
Se cair, levanta para não perder tempo e o lugar onde já chegou.
Saber que dias ruins fazem parte, e fazem o dia seguinte ser melhor.
Saber a hora de sair da água, porque no dia seguinte tem mais e você precisa dar o seu melhor, tudo de novo.
Não pode ter medo de voar alto,
Banca o salto e aproveita a vista.
Solte, parar de forçar a barra às vezes é uma boa ideia.
Muita confiança te faz cair.
Pouca também.
Você sempre tem algo a aprender e a melhorar.
Quando você está cansado, é importante descansar.
Precisa ter calma.
Nem todos os dias vão ter condições perfeitas, e você precisa saber lidar com cada uma delas para não se frustrar.
Não é em todos os mares que se pode entrar. Nem todos os ventos são bons para você.
Precisa saber qual enfrentar.
Não passar protetor solar causa bolhas no lábio e queimaduras na pele.
Tem que estar disposto a mudar de rota.
Roupa confortável é a melhor opção.
Agir no timing certo é importante, depois que passou não tem como corrigir.
Isso não é só um texto sobre velejar de kite surf. É um lembrete para mim mesma, e para você se precisar.
Mariana Pacheco.
E por fim, fica a nossa mensagem para você.